quarta-feira, 21 de setembro de 2016

We all have problems! - Capítulo 2 – An almost normal family.

"Quando eu fico com medo, meu instinto é fugir, fechar os olhos bem forte ou os dois ao mesmo tempo. Mas se correr com os olhos fechados, além de bater na parede toda hora, você deixará de ver coisas incríveis. Então, estou aprendendo a enfrentar meus medos de cabeça erguida. Não fujo mais e não fecharei mais meus olhos. Enfrento meus medo porque, são sementes de uma nova vida. Eles trazem novas alegrias e novos sonhos… Quando encaro meus medos, eu vejo o meu futuro."  — The new normal.


— Que saudades garota, venha cá e me de um abraço apertado. – Uma das minhas coisas favoritas no mundo, com certeza é o abraço do Ashton. Ele sem dúvidas alguma é o meu melhor amigo de todos os tempos. Sempre que eu estava rindo, chorando, triste, feliz, ele estava lá, em todos os momentos da minha vida ele sempre esteve comigo, e hoje em dia eu não vejo a minha vida sem a sua presença constante, ele é a minha âncora. E a única coisa que importava agora era o seu abraço.
— Até parece que você estava com tantas saudades assim, nós nos vimos ontem à noite – digo olhando diretamente em seus olhos.
— Meu Deus, não fique assim tão chata, ainda estamos na parte na manhã, se continuar assim, eu não vou te aguentar até de noite.
— Você fala isso agora, mais 23h00min você está lá em casa.
— Fazer o que né, não escolhemos nossos melhores amigos, sua velha carrancuda. – diz colocando o braço em meu ombro – Tem aula de que?
— Da chata da Johnson e você Irwin?
— Estamos na mesma turma Wayne, ufa não aguentaria uma aula daquela lá sem você.
— Eu sei, eu sei...  
Depois dessa maravilhosa conversa, seguimos em direção à sala B-23, onde teríamos uma entediante aula com a pior professora. Como já era de tradição, nós nos sentamos no fundão, o que era muito clichê de nossa parte, mas nós não éramos os melhores alunos da escola, na verdade estávamos bem longe disso. Sentei-me na ultima carteira, e o Ashton se sentou na minha frente. Nós éramos uma dupla inseparável, e isso era o que mais gostava e apreciava em nós dois.
— Bom dia a todos, como a maioria já sabe, o meu nome é Ashley Johnson, e sou a professora de História – Como a felicidade não é duradoura, logo a “bruxa”, vulgo Senhorita Johnson, já se encontrava na sala. Realmente o universo não estava ao meu favor, à primeira aula do ano já é um saco de se aguentar e ainda por cima eu tive o desprazer de ter esta aula com a Johnson, ela literalmente me odiava, tudo o que estava em seu alcance para me atingir e me prejudicar, ela fazia a questão de fazer, e como eu não deixava para trás, tudo o que estava ao meu alcance para irrita-la eu fazia, tínhamos uma relação reciproca de ódio. - Vejo que temos um aluno novo, que tal se levantar e se apresentar para o resto da turma? – Apenas neste momento eu reparei a figura de um garoto loiro no meio da sala.
— Bom, meu nome é Luke Hemmings – disse o garoto loiro de costas para mim.
— Então prazer em conhecê-lo Hemmings e bem vindo ao St Edmund’s College.
— Carne nova na área, coitado – Ashton se virou e cochichou comigo.
— Eu diria um bem vindo ao inferno para ele – o respondi na mesma altura.
— Agora vamos começar a aula, abram o livro na pagina 78. – disse a megera e se virando e indo se sentar em sua mesa.
Eu não odiava história, na verdade eu adorava, eu só não possuía uma boa relação com a professora, o que acabava refletindo nas minhas notas. Como disse anteriormente eu nunca fui uma das melhores alunas, eu estava na faixa de media mediana, em minha opinião isso era o espelho do que era a minha vida em casa, na verdade não um espelho, por que a minha vida escolar com certeza era melhor do que a minha vida familiar.
— Vejo que conseguiu, está aqui de novo Florence Wayne – depois algum tempo, aparece aquela criatura e me atrapalha a continuar as atividades.
— Sabe muito bem que eu não sou uma pessoa que desiste fácil Senhora Johnson – era mais que certo que eu iria respondê-la a altura.
— Então vamos ver, por que saiba que este ano vai ser o pior. – ela insistia em sempre querer me menosprezar.
— Adoro um desafio – eu, sem dúvidas a deixei irritada, era a minha especialidade.
— Woow esse ano já começou quente! –assim que a megera saiu Ashton logo se virou e fez mais uns dos seus comentários.
— Vai ser um longo ano Ashton...
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   A cada passo que eu dava em direção ao refeitório, parecia que tinha uma faca perfurando o meu abdômen. Isso tudo era o produto de mais uma briga diária com meu pai.

“Flashback On – Noite passada

Era mais um comum domingo à noite, onde a minha mãe estava na cozinha, e eu estava trancado no quarto e o meu pai em algum bar da cidade enchendo a cara, o que não nenhuma novidade para mim, e eu nem me importava realmente com o seu real paradeiro.
— Michael querido, desça a janta já está pronta. – ouço a minha mãe me chamando da escada. Sento-me a mesa e vejo que era a minha comida favorita, carne de carneiro com purê de batatas. Minha boca já estava salivando. – Espero que goste, fiz com carinho - diz a minha mãe sorrindo para mim, ela com certeza é a pessoa mais gentil que eu já havia conhecido.
— Está uma delicia mãe – digo com a boca toda cheia de comida.
— Ooh Mike, mastigue primeiro antes de falar – fala rindo de mim.
Esses eram os melhores momentos da minha vida, esses pequenos gestos eram o que fazia o meu dia valer a pena, eu a amava com todas as minhas forças, mas como a vida não é só feita de felicidade, já ouço a porta se batendo e passos vindo em direção à cozinha.
— Boa noite querido, quer um prato para servir a sua comida? – pergunta a minha mãe com a sua doçura ao ser que eu mais odiava no mundo, meu pai. Mesmo sabendo que nós dois compartilhávamos o mesmo sangue, eu o detestava.
— Óbvio que sim, ou se não o que eu mais faria na cozinha, mijar? – diz com toda falta de educação possível, e com um enorme bafo de cerveja saindo de sua boca. - Ande, estou com fome! - Eu cresci o vendo assim, tratando a minha mãe da pior maneira. Quando era menor tinha inveja dos meus colegas de classe, era fascinante para mim os ouvir falar de como os seus pais eram pessoas maravilhosas, de como sentiam orgulho de serem filhos deles. E na minha mente, isso não passava de mais um conto de fadas, por que a minha realidade era muito diferente.
— Aqui está – diz Karen, minha mãe.
— Meu Deus, isso está horrível! – Daryl, que infelizmente era meu pai, diz cuspindo toda a comida que estava em sua boca na mesa. – O que há nesse troço? Lavagem? Eu não sou um porco para comer isso – grita com a minha mãe. Minha noite só tinha a piorar.
— Desculpa, mas... – mais antes que ela termine de falar, ele a corta.
— DESCULPAS NADA! Trabalho como um condenado e ainda quando chego em casa sou obrigado a comer esse lixo? Tenho cara de otário? – Sim, ele tem.
— Eu não sei o que dizer, quando a experimentei estava um delicia – responde tentando se defender aquele ogro.
— AGORA EU SOU UM MENTIROSO? EU JÁ SEI POR QUE COMIDA ESTÁ ASSIM, VOCÊ SÓ DEVIA ESTAR VAGABUNDANDO NA RUA. – Assim que Daryl fala isso, ela dá um tapa no rosto dela. Foi um estalo tão forte, que doeu até mim, e a minha paciência já tinha se esgotado, tinha que fazer alguma coisa. – Isso é para você aprender – diz apontando o dedo na cara dela.
— Para com isso – digo e me levanto.
— Como é que é garoto? – fala gritando comigo.
— Michael, por favor, pare e suba lá para ci... – minha mãe me diz chorando.
— CALA A BOCA KAREN! – a corta de novo.
— Não grite com ela – falo.
— E quem você pensa que é para me dizer alguma coisa moleque? – diz aproximando cada vez mais perto de mim, e aponta o dedo na minha cara. Já minha vontade na hora era de dar um belo de um soco na sua cara.  – Perdeu a voz foi? – grita comigo.
— Não, eu não a perdi, e saia perto de mim com esse bafo de cerveja. – o respondo no mesmo tom.
— AAh agora você vai ver seu imprestável – quando ele ia me dar um soco, eu fui mais rápido e o dei um soco no nariz, eu realmente não sabia de onde tinha tirado coragem para tal ato. – SEU VAGABUNDO! – diz segurando o nariz que estava sangrando, e nessa hora eu só me lembrava de ser lançado ao chão e receber uma serie de chutes na costela e na barriga, e o que eu ouvia eram apenas os choros e os gritos da minha mãe, com uma mistura da voz bêbeda do meu pai “ISSO É PARA ME RESPEITAR SEU MULEQUE DESGRAÇADO”, e a partir dai o resto da noite foi só mais um borrão que é a minha vida.

Flashback Off”

A única coisa presente em minha mente era o quanto eu odiava aquele desgraçado, que por infelicidade da vida era o meu pai. Eu não queria ir de jeito nenhum para escola, mas a minha mãe me obrigou a ir, ela disse que isso era a minha porta de saída daquele lugar, ou como eu gosto de chamar, o meu inferno particular. E nisso ela tinha razão, assim que eu terminasse o ultimo ano do colégio, eu sumiria daquela cidade e levaria a junto comigo. Mas enquanto isso não acontece, eu teria que me esforçar mais na escola.
A fila da cantina estava enorme, agradeço a minha mãe por sempre preparar um lanche para mim. Como eu era um antissocial nato, eu sempre me sentava à mesa mais distante de todos, e claro me sentava sozinho.
— Olha lá Tommy, o estranho do Clifford – e isso era mais uma das coisas que tinha que enfrentar na minha vida, já não bastasse um babaca que morava no mesmo teto que eu, haviam mais babacas presentes na escola.
— E por que você não vai se foder Ford? – eu não estava com paciência para aguentar as piadinhas ridículas de Norman Ford e Tommy Sawyer logo de manha.

— Loser! - disseram se afastando de perto de perto mim, e enfim eu poderia comer em paz. 

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