"Quando eu fico com medo, meu instinto é fugir, fechar os olhos bem forte ou os dois ao mesmo tempo. Mas se correr com os olhos fechados, além de bater na parede toda hora, você deixará de ver coisas incríveis. Então, estou aprendendo a enfrentar meus medos de cabeça erguida. Não fujo mais e não fecharei mais meus olhos. Enfrento meus medo porque, são sementes de uma nova vida. Eles trazem novas alegrias e novos sonhos… Quando encaro meus medos, eu vejo o meu futuro." — The new normal.
— Que
saudades garota, venha cá e me de um abraço apertado. – Uma das minhas coisas
favoritas no mundo, com certeza é o abraço do Ashton. Ele sem dúvidas alguma é
o meu melhor amigo de todos os tempos. Sempre que eu estava rindo, chorando,
triste, feliz, ele estava lá, em todos os momentos da minha vida ele sempre
esteve comigo, e hoje em dia eu não vejo a minha vida sem a sua presença
constante, ele é a minha âncora. E a única coisa que importava agora era o seu
abraço.
— Até
parece que você estava com tantas saudades assim, nós nos vimos ontem à
noite – digo olhando diretamente em seus olhos.
— Meu
Deus, não fique assim tão chata, ainda estamos na parte na manhã, se continuar
assim, eu não vou te aguentar até de noite.
— Você
fala isso agora, mais 23h00min você está lá em casa.
— Fazer o
que né, não escolhemos nossos melhores amigos, sua velha carrancuda. – diz
colocando o braço em meu ombro – Tem aula de que?
— Da
chata da Johnson e você Irwin?
— Estamos
na mesma turma Wayne, ufa não aguentaria uma aula daquela lá sem você.
— Eu sei,
eu sei...
Depois
dessa maravilhosa conversa, seguimos em direção à sala B-23, onde teríamos uma
entediante aula com a pior professora. Como já era de tradição, nós nos
sentamos no fundão, o que era muito clichê de nossa parte, mas nós não éramos
os melhores alunos da escola, na verdade estávamos bem longe disso. Sentei-me
na ultima carteira, e o Ashton se sentou na minha frente. Nós éramos uma dupla
inseparável, e isso era o que mais gostava e apreciava em nós dois.
— Bom dia
a todos, como a maioria já sabe, o meu nome é Ashley Johnson, e sou a
professora de História – Como a felicidade não é duradoura, logo a “bruxa”,
vulgo Senhorita Johnson, já se encontrava na sala. Realmente o universo não
estava ao meu favor, à primeira aula do ano já é um saco de se aguentar e ainda
por cima eu tive o desprazer de ter esta aula com a Johnson, ela literalmente
me odiava, tudo o que estava em seu alcance para me atingir e me prejudicar,
ela fazia a questão de fazer, e como eu não deixava para trás, tudo o que
estava ao meu alcance para irrita-la eu fazia, tínhamos uma relação reciproca
de ódio. - Vejo que temos um aluno novo, que tal se levantar e se apresentar
para o resto da turma? – Apenas neste momento eu reparei a figura de um garoto
loiro no meio da sala.
— Bom,
meu nome é Luke Hemmings – disse o garoto loiro de costas para mim.
— Então
prazer em conhecê-lo Hemmings e bem vindo ao St Edmund’s College.
— Carne
nova na área, coitado – Ashton se virou e cochichou comigo.
— Eu
diria um bem vindo ao inferno para ele – o respondi na mesma altura.
— Agora
vamos começar a aula, abram o livro na pagina 78. – disse a megera e se virando
e indo se sentar em sua mesa.
Eu não
odiava história, na verdade eu adorava, eu só não possuía uma boa relação com a
professora, o que acabava refletindo nas minhas notas. Como disse anteriormente
eu nunca fui uma das melhores alunas, eu estava na faixa de media mediana, em
minha opinião isso era o espelho do que era a minha vida em casa, na verdade
não um espelho, por que a minha vida escolar com certeza era melhor do que
a minha vida familiar.
— Vejo
que conseguiu, está aqui de novo Florence Wayne – depois algum tempo, aparece aquela
criatura e me atrapalha a continuar as atividades.
— Sabe
muito bem que eu não sou uma pessoa que desiste fácil Senhora Johnson –
era mais que certo que eu iria respondê-la a altura.
— Então
vamos ver, por que saiba que este ano vai ser o pior. – ela insistia em sempre
querer me menosprezar.
— Adoro
um desafio – eu, sem dúvidas a deixei irritada, era a minha especialidade.
— Woow
esse ano já começou quente! –assim que a megera saiu Ashton logo se virou e fez
mais uns dos seus comentários.
— Vai ser
um longo ano Ashton...
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A cada passo que eu dava em direção ao
refeitório, parecia que tinha uma faca perfurando o meu abdômen. Isso tudo era
o produto de mais uma briga diária com meu pai.
“Flashback
On – Noite passada
Era mais
um comum domingo à noite, onde a minha mãe estava na cozinha, e eu estava
trancado no quarto e o meu pai em algum bar da cidade enchendo a cara, o que
não nenhuma novidade para mim, e eu nem me importava realmente com o seu real
paradeiro.
— Michael
querido, desça a janta já está pronta. – ouço a minha mãe me chamando da
escada. Sento-me a mesa e vejo que era a minha comida favorita, carne de
carneiro com purê de batatas. Minha boca já estava salivando. – Espero que
goste, fiz com carinho - diz a minha mãe sorrindo para mim, ela com
certeza é a pessoa mais gentil que eu já havia conhecido.
— Está
uma delicia mãe – digo com a boca toda cheia de comida.
— Ooh
Mike, mastigue primeiro antes de falar – fala rindo de mim.
Esses
eram os melhores momentos da minha vida, esses pequenos gestos eram o que fazia
o meu dia valer a pena, eu a amava com todas as minhas forças, mas como a vida
não é só feita de felicidade, já ouço a porta se batendo e passos vindo em
direção à cozinha.
— Boa
noite querido, quer um prato para servir a sua comida? – pergunta a minha
mãe com a sua doçura ao ser que eu mais odiava no mundo, meu pai. Mesmo sabendo
que nós dois compartilhávamos o mesmo sangue, eu o detestava.
— Óbvio
que sim, ou se não o que eu mais faria na cozinha, mijar? – diz com toda falta
de educação possível, e com um enorme bafo de cerveja saindo de sua boca. -
Ande, estou com fome! - Eu cresci o vendo assim, tratando a minha mãe da
pior maneira. Quando era menor tinha inveja dos meus colegas de classe, era
fascinante para mim os ouvir falar de como os seus pais eram pessoas
maravilhosas, de como sentiam orgulho de serem filhos deles. E na minha mente,
isso não passava de mais um conto de fadas, por que a minha realidade era muito
diferente.
— Aqui
está – diz Karen, minha mãe.
— Meu
Deus, isso está horrível! – Daryl, que infelizmente era meu pai, diz cuspindo
toda a comida que estava em sua boca na mesa. – O que há nesse troço? Lavagem?
Eu não sou um porco para comer isso – grita com a minha mãe. Minha noite só
tinha a piorar.
—
Desculpa, mas... – mais antes que ela termine de falar, ele a corta.
—
DESCULPAS NADA! Trabalho como um condenado e ainda quando chego em casa sou
obrigado a comer esse lixo? Tenho cara de otário? – Sim, ele tem.
— Eu não
sei o que dizer, quando a experimentei estava um delicia – responde tentando se
defender aquele ogro.
— AGORA
EU SOU UM MENTIROSO? EU JÁ SEI POR QUE COMIDA ESTÁ ASSIM, VOCÊ SÓ DEVIA ESTAR
VAGABUNDANDO NA RUA. – Assim que Daryl fala isso, ela dá um tapa no rosto dela.
Foi um estalo tão forte, que doeu até mim, e a minha paciência já tinha se
esgotado, tinha que fazer alguma coisa. – Isso é para você aprender – diz
apontando o dedo na cara dela.
— Para
com isso – digo e me levanto.
— Como é
que é garoto? – fala gritando comigo.
—
Michael, por favor, pare e suba lá para ci... – minha mãe me diz chorando.
— CALA A
BOCA KAREN! – a corta de novo.
— Não
grite com ela – falo.
— E quem
você pensa que é para me dizer alguma coisa moleque? – diz aproximando cada vez
mais perto de mim, e aponta o dedo na minha cara. Já minha vontade na hora era
de dar um belo de um soco na sua cara. – Perdeu a voz foi? – grita
comigo.
— Não, eu
não a perdi, e saia perto de mim com esse bafo de cerveja. – o respondo no
mesmo tom.
— AAh
agora você vai ver seu imprestável – quando ele ia me dar um soco, eu fui mais
rápido e o dei um soco no nariz, eu realmente não sabia de onde tinha
tirado coragem para tal ato. – SEU VAGABUNDO! – diz segurando o nariz que
estava sangrando, e nessa hora eu só me lembrava de ser lançado ao chão e
receber uma serie de chutes na costela e na barriga, e o que eu ouvia eram
apenas os choros e os gritos da minha mãe, com uma mistura da voz
bêbeda do meu pai “ISSO É PARA ME RESPEITAR SEU MULEQUE DESGRAÇADO”, e a partir
dai o resto da noite foi só mais um borrão que é a minha vida.
Flashback
Off”
A única
coisa presente em minha mente era o quanto eu odiava aquele desgraçado, que por
infelicidade da vida era o meu pai. Eu não queria ir de jeito nenhum para
escola, mas a minha mãe me obrigou a ir, ela disse que isso era a minha porta
de saída daquele lugar, ou como eu gosto de chamar, o meu inferno particular. E
nisso ela tinha razão, assim que eu terminasse o ultimo ano do colégio, eu
sumiria daquela cidade e levaria a junto comigo. Mas enquanto isso não acontece,
eu teria que me esforçar mais na escola.
A fila da
cantina estava enorme, agradeço a minha mãe por sempre preparar um lanche para
mim. Como eu era um antissocial nato, eu sempre me sentava à mesa mais distante
de todos, e claro me sentava sozinho.
— Olha lá
Tommy, o estranho do Clifford – e isso era mais uma das coisas que tinha que
enfrentar na minha vida, já não bastasse um babaca que morava no mesmo teto que
eu, haviam mais babacas presentes na escola.
— E por
que você não vai se foder Ford? – eu não estava com paciência para aguentar as
piadinhas ridículas de Norman Ford e Tommy Sawyer logo de manha.
— Loser!
- disseram se afastando de perto de perto mim, e enfim eu poderia comer em
paz.
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