quarta-feira, 21 de setembro de 2016

We all have problems! - Capítulo 3 – His hidden demons.

“Passar a vida inventando maneiras de lidar com a solidão, faz com que a gente se acostume com ela.” — Os silêncios de Georgia Willian. 



*Duas Semanas depois*
 — Louise, Louise! – sou despertada dos meus pensamentos, quando ouço a voz de Maggie me chamando.
 — Hey Mags, o que se passa? – eu a pergunto.
 — Mason e o Norman brigaram. – me diz apressadamente.
 — Mais o que? Por que diabos eles iriam brigar?? – a pergunto assustada
 — Eu não faço ideia, mas você sabe o quanto o Norman e o Mason se odeiam.
 — Jesus, era só o que me faltava. O Mason realmente não aprende – dou um suspiro. – Sabe onde ele está agora?  - a pergunto novamente.
 — Na secretaria.
 — Obrigada Maggie – a agradeço e saio correndo dali em direção à secretaria.
 — Onde está indo Lou? – a ouço me perguntar a certa distância de mim.
 — Vou atrás do Mason, algum tem que cuidar de tudo Mags. – olho para trás e a respondo. “Mason só me dava trabalho”
Assim que chego à secretaria, vejo Mason e o Norman saindo da sala do Diretor Blanchett, os três não estavam com o rosto muito bom.
 — Senhorita Butler, bom ter a sua presença aqui – diz o Diretor se referindo a mim. – Podemos conversar em particular? – diz apontando para a sua sala.
 — Claro Senhor Blanchett – disse e me dirigi a sua sala. – Me espere aqui Mason – falei olhando para trás.
 — Sente-se Butler – o Diretor ordenou, e eu me sentei. – O assunto que tenho a tratar com a Senhorita é bem serio.
 — Eu imagino Senhor.
 — Desde ano passado o seu irmão vem apresentando comportamentos inaceitáveis. Está ciente disso, certo?
 — Sim Senhor. – confirmo.
 — Quero soluções imediatas para acabar com o problema do Senhor Butler.
 — Diretor, eu juro que essa vai ser a ultima que ele apronta este ano, por favor, o de mais um chance, ele vai melhorar. – digo o implorando.
 — Senhorita Butler, já me disse isso varias vezes no ano passado, e em nenhuma das vezes ele apresentou uma melhora depois.
 — Diretor, eu sei disso, mas, por favor.
 — Faço isso por seus pais, não por ele, agora pode sair. – me levantei querendo matar o Mason.
 — MASON! – gritei com ele, assim que saí da sala.
 — Se soubesse que você iria ficar gritando nem teria ficado aqui te esperando. - me responde revirando os olhos.
 — Mason você tem ideia do tamanho das suas atitudes? VOCÊ PODERIA SER EXPULSO.
 — Eu não ligo, e afinal eu não seria expulso, você já viu os valores dos cheques que o pai manda para este homem? – me pergunta com a maior cara de sínico possível.
 — Não fale assim comigo Mason, estamos falando de um assunto sério – o repreendo. – Por que você brigou?
 — Aquele cara é um babaca, e eu o odeio.
 — Não podemos bater nas pessoas só por que a odiamos. Me vê batendo em quem não gosto por ai? – o pergunto.
 — Claro que não, você é a perfeitinha Louise.
 — Não fuja do assunto, me diga, por favor, que vai melhorar ou se não serei obrigada a reportar isso tudo com o papai.
 — Aaai que medo Lou – ironiza.
 — Me diga que vai melhorar Mason.
 — Vou tentar.
 — Tentar? Nada de tentar, disse ao Diretor Blanchett que você mudaria as suas atitudes a partir de agora.
 — Já disse que vou tentar maninha, tchau. – me responde e me deixa sentada no banco sozinho da secretaria.
Desde que nascemos eu e o Mason fomos criados por Mia, nossa babá e não por nossos pais, nosso pai Antony só vivia para o trabalho, enquanto nossa mãe Ella só tinha olhos para as lojas de grifes e para os caros solões de beleza, a sua vida era e é baseada em coisas superficiais. Quando eles estavam em casa, papai só sabia ficar trancado no escritório, e mamãe ficava no quarto com o seu inseparável celular, parecia até mesmo uma adolescente. Nas refeições em que estamos juntos na mesa, o único som que se era ouvido eram dos garfos e das facas batendo no prato e também dos copos que se chocavam na mesa. Nossa relação era fria, parecíamos um monte de estranhos juntos. Sempre que eu ou o Mason reclamávamos de algo era sempre a mesma fala dos dois “Tome esse dinheiro e compre algo, vai te deixar feliz”, essa era a nossa criação. O amor que recebíamos vinha todo de Mia, ou com á apelidamos “Mãe Mia”, a falta de carinho era tão grande que para preencher o vazio em nosso peito, passamos a chamar a Mia de Mãe, por que em nossa opinião mãe é aquela pessoa que está sempre junto, nos ajudando, nos dando apoio nas melhores e nas piores horas, é a pessoa de nos dá amor, e não aquele que os deixa a mercê de outra e sai para se divertir. Foi Mia, que nos ensinou o que era certo e o que era o errado.
 Mason sempre foi um garoto muito bom e amável, quando era criança ele era muito tímido quieto, mas com o passar dos anos e com o amadurecimento ele precisava de uma figura paterna em sua vida, e como o nosso pai estava ocupado demais o trabalho, ou com os peitos de sua secretária, Mason achou um jeito de chamar a sua atenção, e era por meio de brigas e tirando notas baixas na escola que ele tentava chamar a atenção de nosso pai, foi ai que tudo começou, quanto mais Mason aprontava mais Antony brigava com ele, e assim o ciclo vicioso continuava.

***************

Mais um ano começava e com isso mais o sofrimento se alastrava sobre o meu corpo e a minha mente. Quanto mais eu olhava para as cicatrizes, mais eu me culpava, eu era fraca, fraca por me deixar levar e pensar que dor de uma lamina melhoraria a dor que eu sentia psicologicamente. A minha caminhada para escola só servia para me lembrar desses acontecimentos, quanto mais eu pensava mais eu ia enlouquecendo, meu corpo já estava farto das minhas más escolhas, eu sabia que era errado, mas eu não conseguia parar. Os cortes eram as minhas válvulas de escape, o meu sofrimento tinha que sair para algum lugar, e a saída que encontrei foi à dor física.
    Uma das coisas que eu mais odiava, eram os olhares constantes que recebia, “Olhem para a garota estranha, se divirtam”, e isso era o que eu mais recebia dos outros alunos da escola. Assim que passava pelo portão da escola começava mais um capítulo de dor.
   Fui a caminho do meu armário, passar pelos corredores arrebatados de alunos me assustavam, pessoas me assustam, pessoas são o meu maior pesadelo. Cada um só liga para o seu próprio coração, e na maioria das vezes eles são o que destroem os corações da outras pessoas. Nós não nos importamos nem ligamos para os sentimentos dos outras, queremos apenas o nosso próprio bem estar emocional. Com dizia Christine Ventura “Perdi a fé nas pessoas”,  e por todos os acontecimentos na minha vida, sim eu havia perdido.
O azar sempre fez parte da minha vida, e desta fez não seria diferente. A caminho do meu armário tive o infeliz encontro com Rachel Crowe, na verdade não foi um encontro, eu como uma desastrada nata, sem querer trombei com a Crowe, derrubando o seu copo de suco no chão.
 — Desculpe-me, por favor, Rachel eu não tinha intenção, por favor – disse já me desesperando com o que poderia acontecer a seguir.
 — Olivia Brecht, tinha que ser você – me disse com a maior cara de nojo. – Não se cansa de você não querida? Deve ser triste acordar todos os dias e se ver – acabou a sua fala rindo.
 — Eu já lhe pedi desculpa. – e sai.
 — Onde pensa que vai perdedora? – disse pegando o meu braço e me puxando para a sua frente de novo. – Acha que só pedindo desculpa vai se redimir? Está muito enganada.
 — O que eu devo fazer então? – queria sair correndo dali e me trancar no meu quarto e chorar.
 — Deixe-me pensar. – nesse momento ela se abaixou e pegou o copo de suco do chão, agora todos do corredor nos observavam. – Beba – disse me oferecendo o copo.
 — Não – eu estava com medo, mas não a deixaria me humilhar mais uma vez, já estava cansada.
 — Se é assim que você quer – neste momento ela jogou o resto do suco que estava no copo na minha calça – Ooops caiu – sínica ela me respondeu.
Meus olhos já se encheram de lagrimas e quando eu estava prestes a correr, ela completa com mais uma frase.
 — Olhem gente, a Brecht fez xixi nas calças HAHAHAHA – gritou para todos no corredor ouvirem, assim que ela acabou de dizer isso vieram à chuva de risadas e piadas de todos os presentes. “Mais uma vez eu sendo o palhaço do circo, que era aquela escola.” Meus pés se movimentaram sozinhos e eu sai dali correndo em direção ao banheiro, só queria chorar naquele momento. 
Quando cheguei ao banheiro me tranquei em uma cabine e desabei, eu odiava chorar, mas não podia me dar ao luxo de me aliviar na escola, se alguém descobrisse, não sei o que faria. O que restava agora era chorar.
*****************
— Olha lá a mijona da escola – gritou Rachel Crowe, para todos no corredor, enquanto eu via uma menina saindo correndo de perto dela, com as mãos no rosto, provavelmente chorando. Já estava farta das brincadeiras da Crowe “Por Deus, Brecht não tinha feito nada de mais” Alguém devia ensinar uma lição a ela.
Já fazia um tempo em que eu não treinava, precisa aliviar a tensão, as minhas mãos já estavam tremendo. Desde que me conheço por gente eu sempre tive problemas para controlar a raiva, eu acabava sempre perdendo a paciência e partindo para cima de alguém, esse era uns dos motivos para o pessoal daquela escola me odiar tanto, eu era explosiva, perdia a calma muito rapidamente, tinham medo de mim. Quando eu tinha 14 anos que o problema começou a ficar mais sério. Uma garota havia me humilhado na frente da minha antiga escola toda, eu perdi a cabeça e voei para cima dela, no final eu quebrei o braço e o nariz da garota e fui expulsa, e ainda tive que ter acompanhamento médico toda semana, devido a este meu problema. No final acabou que o psicólogo me disse que devia praticar boxe para me ajudar a descarregar a raiva em algum lugar, e não no rosto de alguém.
 — Florence olhe lá o que você vai fazer – Ashton disse atrás de mim.
 — Eu estou calma Ash, só preciso dizer algo àquela lá – disse parando de andar e me virando para trás.
 — Florence você não esta bem, suas mãos estão tremendo – e pegou as minhas mãos. – O que o médico disse para quando não tiver o seu saco de pancadas? – me pergunta como se estivesse falando com uma criança.
 — Respirar bem fundo e contar até dez, e sair de perto. Eu sei tudo isso Irwin.
 — Sei que você sabe, mas lembre-se o Diretor disse que seria a sua ultima chance. Não quero que você seja expulsa Floren.
 — Não vou ser Ashton, mas a Crowe não pode sair impune dessa, você viu o que ela fez a Brecht.
 — Então vamos lá falar com ela, mas civilizadamente. – antes mesmo que ele terminasse de pronunciar a frase, eu já tinha voltado a andar em direção a Rachel, ela era o demônio.
 — Não se cansa né Rachel, precisa humilhar os outros para se sentir bem, tenho pena de você. – disse parando na sua frente. O corredor ficou todo em silencio em outra vez, bando de otários.
 — Cão de guarda agora Wayne?! Pensei que não combinava com você – ela adorava provocar.
 — Foda-se você Crowe e as suas implicâncias – nessa hora senti as mãos de Ashton no meu ombro.
 — Está a protegendo por quê? Ela te pagou ou algo do tipo? – falou rindo no final para as suas amigas
 — Sim, ela me pagou, e adivinha para o que ela pagou?
 — O que?
 — Para lhe dar um murro na cara.
 — Vadia – quando eu ia respondê-la a inspetora chega ao corredor e pergunta:
 — Algum problema aqui? Wayne? Crowe? – diz olhando diretamente para nós duas.
 — Nenhum problema Inspetora Flynn – responde a falsa da Crowe com o seu sorrisinho.
 — Então por que estão todo aqui? Vão para a sala agora – gritou com todos os alunos – Estou de olho em você Wayne – disse falando diretamente para mim. – Para sala agora, todos vocês – nós olhou e saiu.
 — Isso não acaba aqui Wayne – Rachel disse e saiu com o seu fã-clube atrás.
 — Estarei esperando Crowe. – gritei para ela no corredor. – Calma Ashton, ainda estamos na segunda semana de aula. – virei e sai.
 — Isso é o que me preocupa Floren. – me responde já do meu lado.
***********************************
   Qual era a necessidade de se estudar aquelas fórmulas enormes e mirabolantes de matemática, sendo que nunca a usaríamos depois que saíssemos da escola, uma total e completa perda de tempo.
 — Calum! – sou desviado dos meus pensamentos quando o meu nome é pronunciado pela professora com um tom nada feliz.
 — Sim Senhora Cohan – respondo levando rapidamente a minha cabeça da carteia.
 — Ouviu o que eu disse Senhor Hood?
 — Claro... – dou uma pausa – que não. – e a sala se enche de risada, trouxas mesmo.
 — Passarei um trabalho para vocês turma, serão 60 questões, vou dividir a turma em grupos de quatro pessoas. Quero-o pronto para a próxima semana. – e a turma se encheu de vaias – Silencio! E como castigo as vaias, eu iriei dividir os quartetos. – e terminou a sua tortura dando um enorme sorriso no final. Por que as professoras de matemática tinham que ser tão más? Um pouco de paz no coração, por favor, se tiverem coração também. Assim ela começou a dizer os nomes dos grupos. Estava torcendo para não cair no grupo dos babacas.
 — Haley Wilcox, Ashton Irwin, Luke Hemmings e Louise Butler– Haley deu sorte, Louise era uma das alunas mais inteligentes de todo o colégio. 
[...]
 — Olivia Brecht, Michael Clifford, Calum Hood e Florence Wayne – assim que ouvi o meu nome sendo pronunciado não consegui prestar atenção em mais nada dito pelo Senhora Cohan, eu só olhei para trás e vi os rostos dos meus dois companheiros de equipe nada felizes, eu tinha medo deles. Mas por outro lado eu não estaria sozinho nessa, Olivia estaria comigo, o pior é que ela nunca falava nada com ninguém, mas era inteligente o que iria salvar todos nós.  



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