quinta-feira, 22 de setembro de 2016

We all have problems! - Capítulo 4 – Yellow house.

“Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.” —         Martha Medeiros.  
    


O que na vida é pior do que se perder a pessoa que a gente ama? Era a vida, nós não éramos e nem seríamos imortais para perambularmos eternamente pelo mundo. Esse era o curso natural das coisas, sempre chegará um ponto final, uma ultima linha, um último paragrafo, um último capítulo no livro da vida de cada um. Nossos pais deveriam nos ensinar desde pequenos, que um dia chegaria a hora na vida que a pessoa que mais amamos vai morrer e ficaremos sozinhos. Ou talvez você ame tanto a pessoa que ela se sinta sufocada pelo seu amor e fuja. As dores serão mais fortes e piores da vez que quando você era criança e fez alguma “arte” e com isso quebrou algum osso, nesta hora vai ser a vez de termos um órgão quebrado, o nosso cérebro, ou como algumas pessoas insistem em dizer, o nosso coração.
     Por que o amor e a dor andavam sempre lado a lado? Por que as melhores pessoas são as que se vão mais rápido? Por que mesmo com o nosso coração sendo quebrado constantemente, continuamos insistindo no mesmo erro? Por que amamos? Por que odiamos? Por que sentimos? E a resposta certa para todas essas indagações, é que somos humanos, fomos programados para sentir e fomos feitos para amar.

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    A cada minuto do meu dia, os meus pensamentos sempre se voltavam à pessoa que eu mais sentia saudades, a pessoa que havia partido o meu coração de uma maneira que jamais seria concertada, esse era o meu pior erro, continuar pensando nela, e eu tinha um imenso de medo de nunca mais conseguir me recuperar e tira-la da minha mente, esse era o meu fardo. Neste momento eu só ansiava em voltar ao tempo e dizer o quanto eu odiava ama-la, eu odiava tê-la conhecido, faria de tudo para risca-la de minhas memorias, eu queria que todos os momentos que tivemos juntos tivessem sido terríveis, para que eu me afastasse a tempo, me sentia um completo idiota olhando para as minhas ações do passado, na verdade eu era um completo bobo apaixonado.
 — Olá Luke Hemmings! – sou desviado dos meus olhares perdidos ao meu armário onde se encontrava uma pequena foto que representava uma parte feliz da minha vida, que eu realmente gostaria de esquecer.
— Olá. – digo guardando a foto em meu bolço e direcionando o meu olhar a pessoa que me chamava.
— Hey! Meu nome é Louise Butler, prazer em conhecê-lo. – disse estendendo a sua mão para me cumprimentar. - Estamos no mesmo grupo de um trabalho de matemática. – diz sorrindo.
— Sim, eu me lembro.
— Eu gostaria de informa-lo e também se estiver tudo bem para você, se o trabalho poderia ser hoje, as 15h00min na minha casa depois da escola? – me diz olhando, me senti tão exposto com ela me olhando desta maneira tão expressiva, que parecia que ela estava invadindo a minha alma, por um momento a vi dentro desta imensidão azul que eram os olhos de Louise Butler.  – Tudo bem para você Luke?
 — Claro! Passe-me o seu endereço que nos encontraremos lá. – digo lançado o meu melhor sorriso a ela.
— Ok, até mais tarde Luke. – diz se virando e saindo do meu campo de visão.
— Hey Butler – a chamo novamente e ela se vira para trás – Estarei ansioso para mais tarde. – e a dou uma piscada e ouço um suspiro vindo dela e ela nem se dá ao trabalho de me responder e sai em silencio. Pensando melhor o St Edmund’s College não seria assim de tão mal, poderia me arrumar varias diversões, e eu estava ansioso para esta hora chegar, afinal de tudo, não era eu que havia morrido há meses atrás.

*********

— E ai como anda a escola? – me pergunta e eu desvio o meu olhar a seu rosto que antes pertencia aos meus pés que percorriam o caminho para casa.
— Bem – o respondo simplesmente e volto a minha atenção ao chão – e você, está tudo ocorrendo bem? – não poderia me fazer de grossa quando ela estava tentando ser legal comigo.
— Bem – era justo a sua resposta.  – Está no grupo da Butler e do garoto novo não é mesmo?!
— Sim, e também está no grupo Ashton Irwin.
— Há várias conversas na escola, de que este tal de Hemmings é um poço de ignorância. São verídicos estes fatos?
— Eu realmente não sei Calum, vamos nos encontrar hoje à tarde pela primeira vez.
— Entendi Haley. – a conversa acaba de vem um logo momento de silêncio. – A Louise é uma gata né. – e o silencio é quebrado por esta perola soltada por Calum.
— Ai meu Deus, não vou discutir este assunto com você Hood.
— A qual é Hales! Somos da mesma família agora, tenho que ter essa liberdade para falar com você. – Eu não queria admitir para mim mesma, mas aquela frase havia me tocado de uma maneira que eu achava que nunca mais iria me atingir, eu estava em uma mistura de sentimentos, mas com certeza havia uma parte de mim que estava imensamente feliz que ouvir que eu fazia parte de uma família agora. – Por que ficou tão calada de repente Daisy? – me pergunta de uma maneira que eu me senti terrivelmente mal por ter tido diversos pensamentos maldosos a respeito de Calum.
— Nada Calum, só pensando em algumas coisas.
— Alguma coisa que valha a pena ser compartilhada?  - me pergunta novamente, e por um misero segundo eu percebi uma preocupação em sua voz.
— Nada de importante mesmo. – respondo por fim, e o silencio volta a reinar novamente. – Calum? – o chamo depois de algum tempo.
— Sim Wilcox.
— Você é uma pessoa maravilhosa. –digo olhando em seus olhos e já me dou conta de já chegamos em casa, com isso me direciono a entrada, mas não sem antes me virar para trás e avistar Calum com um sorriso besta na cara. No final de tudo em me sentia bem, era uma sensação nova e estranha, mas ainda me trazia um temor de que tudo isso poderia acabar de uma hora para outra.
*********
— Estou nervoso. – digo já pela quinta vez com pessoa que está esparramada pela minha cama.
— Como eu disse nas outras vezes, vai ficar tudo bem Ash, e se alguma der errada é só me ligar que eu vou correndo ao encontro da minha donzela em perigo.
— Aaai o que eu faria sem você? O meu super-herói, o salvador da minha pátria. – digo pulando ao seu lado da cama e afinando um pouco a minha voz.
— Seu gordo! Saia de cima mim! Gordo! – Floren grita quando eu deito em cima dela.
— Aah mais aqui está tão confortável Florence. Não quero sair. – digo rindo do seu drama.
— Chato. – diz me empurrando para o outro lado da cama. O que eu mais gostava entre nós dois era que mesmo estando um silencio ensurdecedor, nós sempre estaríamos em uma mesma sintonia, em uma mesma vibração. Tínhamos uma afinidade fora do comum, eu sentia que nunca íamos nos separar, nem a morte iria nos distanciar, era com se estivéssemos destinados a ficarmos juntos por milhares e milhares de eras, até os fins dos tempos. Ela sempre ia ser a minha família, eu a amava por isso, por me aceitar e me aturar do mesmo jeito que eu só, por aguentar o meu eu genuíno, por nos piores momentos da minha vida está sempre me fazendo rir, por estar sempre com mão estendida para mim, por me aceitar com todas as minhas inseguranças.
— Tenho que ir Florence – digo olhando para o horário no relógio que ficava no criado ao lado da minha cama.
— Tchau seu chato! – se senta na cama de me dá um beijo estalado na bochecha – e se lembre, para qualquer coisa eu estou aqui Irwin. Amo você.
— Também te amo. Vai ficar aqui? – a pergunto.
— Sim, ainda tenho uma hora de descanso antes do trabalho.
— E por que motivo você tem que estar no meu quarto mesmo? – pergunto me fazendo de cínico.
— Sua cama é mais gostosa – diz colocando o travesseiro para tampar o rosto. – Agora vai! – me joga o travesseiro na cara. – Saia eu quero dormir.
— E ainda tenho que lembra-la que o quatro é meu?
— Não tinha um trabalho para fazer?
— Tchau sua velha. – digo me despedindo dela e saio do meu quarto. Teria um longo dia, e eu rezava para dar tudo certo. Este era o meu problema, pessoas, elas me assustavam e me amedrontavam, não era atoa que eu possuía uma única amiga.
Desde que havia sido abandonado na porta de um orfanato qualquer em Canberra, nas vésperas do meu aniversário de cinco anos de idade, as pessoas eram e ainda são a minha única aversão, eu realmente tinha medo delas, na maior parte das vezes elas são cruéis, e eu da pior maneira possível já tive o desprazer de provar esta tese, os comentário não me atingiam, mas as suas surras sim. Havia sido desde pequeno maltratado pelas famílias em que buscavam em mim um modo de compensarem as suas medíocres vidas, ou talvez por simplesmente ganharem um dinheiro extra do governo. Eu já tive a infelicidade de passar algumas semanas em casas realmente assustadoras, onde nunca seria o local ideal para uma criança crescer com uma boa mentalidade. Era surpreendente o modo de que quando eu era pequeno a cada casa que eu me mudava, eu ia com um enorme sentimento de esperança no peito, de que daquela vez eu encontraria pessoas boas, mas quando chegava a hora eu tinha uma horrível decepção. Com isso, ao passar dos anos eu fui criando escudos e escudos em torno de mim, para a minha própria sanidade mental. Mas tudo mudou quando aos meus doze anos de idade, eu me mudei para uma pequena casa amarela, lá em conheci Florence Wayne, a minha salvadora.

“Flashback ON - Anos atrás

Por fora à casa amarela parecia ser um lugar com um enorme aconchego, mas por dentro a realidade era diferente, primeiramente a casa pertencia a um casal de drogados e traficantes, onde a circulação de gente era grande, sempre havia muitas pessoas na casa, o que me obrigava a ficar trancado em meu quarto sempre, por que aquelas pessoas sempre pareciam querer ser aproveitarem de mim, que ficou bastante evidente quando uma garota de no máximo dezesseis anos tentou tirar a minha pureza, eu realmente fiquei com medo aquele dia. Começou a ficar pior quando Nicole e Olly me obrigaram a participar dos negócios ilícitos da família, a frase dita por eles era “Aprenda desde cedo a sobreviver neste mundo Ashton, estamos lhe ensinando isto”. Neste ponto que só queria sumir dali a voltar ao orfanato, foi ai que conheci a Wayne. Em certo dia eu estava decidido a fugir daquele lugar, trancado no meu quarto, eu estava criando coragem para pular a janela, já que seria impossível sair pela porta, a casa estava extremamente lotada. O pulo da janela foi um completo desastre, eu havia caído feio no chão, e ainda cai em por cima do meu braço, a dor que sentia era agonizante. Desesperado demais com o fato de que talvez houvesse quebrado algum osso, não percebi a figura de uma garota se aproximava.
— Oi. – disse fixando o seu olhar em mim.
— Oi. Quem é você? – perguntei me afastando dela.
— Sou a sua vizinha, moro ali. – diz apontando para uma casa atrás de si. – Está tudo bem com você?
— Claro que sim. – digo em uma tentativa fracassada de me levantar.
— Obvio que você não está. – me retruca.
— Eu estou bem, eu que devo saber, não você sua espertinha. – talvez eu tenha sido um pouco grosso com ela, mas não a conhecia.
— Se estivesse realmente bem, não estaria chorando. – só neste momento percebo as linhas finas de lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
— Posso estar chorando de felicidade.
— Então se eu fizer isto não vai doer?
— Fazer o que? – a pergunto assustado.
— Isso – diz e me da um pequeno empurrão no braço que eu havia caído em cima.
— AAAAI! – agonizo de dor. – Sua louca!
— Eu provei que você não está bem! 
— Você é sempre tão irritante assim?
— Na maioria das vezes sim.
   E foi neste momento que começou uma amizade que iria durar anos e anos, a amizade de um garotinho chorão com uma garotinha petulante, era uma boa combinação afinal.


Flashback OFF”

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